UEL obtém sua primeira patente verde concedida a um Biofungicida desenvolvido na Universidade.
AINTEC
atualizado 2 anos atrás
O registro da patente verde “Composição Biofungicida compreendendo Bacillus Velezensis” foi concedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Intelectual (INPI) à UEL no começo do mês de dezembro.
A invenção, desenvolvida nos laboratórios da Universidade e por discentes e docentes pesquisadores, trata-se de composição biofungicida, referente à linhagem bacteriana Bacillus velezensis, e de sua aplicação em organismos vegetais, tais como, mas não se limitando: plantas, sementes, frutos, e o solo circundante aos mesmos.
O grupo de inventores aguardava a concessão da patente desde 2020, quando foi depositada. O fungicida pode atuar sozinho ou em combinação com outros agentes químicos, e age de maneira a beneficiar o crescimento vegetal, no tratamento de doenças fúngicas e na redução de inóculos fúngicos patogênicos em ambientes de cultivo.
Diego Luduvério, coordenador do Escritório de Propriedade Intelectual, destaca que “a patente verde é uma modalidade conferida pelo INPI como trâmite prioritário, a fim de conferir registros a invenções que se enquadram na listagem apresentada na Resolução Nº 175, como por exemplo: Energias alternativas; Transportes (Veículos híbridos); Conservação de energia; Gerenciamento de resíduos e Agricultura sustentável”.
Tivemos a oportunidade de dialogar com Admilton Gonçalves, um dos inventores, que explicou a tecnologia de maneira aprofundada e sua importância no contexto da Universidade:
Como você enxerga a importância dessa patente para a universidade?
A produção de alimentos suficientes para uma população estimada em 9 bilhões de pessoas em 2050 e ao mesmo tempo preservar a natureza é o grande desafio. Não basta aumentar a produtividade, é preciso utilizar uma abordagem mais sustentável, que envolva produção e cuidado com o ambiente, de forma a garantir a segurança alimentar para as futuras gerações. O uso de produtos microbiológicos como única forma de manejo ou no contexto do manejo integrado de pragas, ervas daninhas e as doenças fitopatogênicas para uma produção de alimentos mais sustentável, menor impacto ao ambiente e a saúde humana, corroboram com os anseios de uma sociedade que exige cada vez mais produtos e processos seguros, limpos e de baixo impacto ambiental. Nossa tecnologia patenteada refere-se a um biofungicida termoestável baseado em Bacillus velezensis linhagem CMRP4490 e tem uma formulação que potencializa a performance do biocontrole pela alta estabilidade, tornando um produto viável para cadeia produtiva agrícola para integrar ao manejo de controle de doenças fúngicas em plantas. Nossa formulação pode ser utilizada em benefício do crescimento vegetal e no tratamento de doenças fúngicas, bem como para redução de inóculos fúngicos patogênicos em ambientes de cultivo, podendo atuar sozinha ou em combinação com outros agentes químicos sintéticos, ou biológicos. É importante destacar que este projeto permitiu o fortalecimento da linha de pesquisa do laboratório e a integração entre pesquisadores e estudantes contribuindo para a formação de recursos humanos qualificados, bem como para o desenvolvimento da ciência, tecnologia e inovação na UEL.
Qual você considera o papel da patente verde no contexto da pesquisa científica?
O programa do INPI -Patentes Verdes- torna mais rápido o trâmite para as pesquisas destinadas às tecnologias que promovam um menor impacto ambiental. Estas pesquisas com foco na sustentabilidade do planeta e cuidado com a saúde humana, por meio do patenteamento verde, poderá ser mais rapidamente recebida pela indústria e assim beneficiar a sociedade. Com isso, os recursos provenientes de um licenciamento de nossa patente ao setor produtivo serão retornados à UEL e poderão ser usados para formação de novos recursos humanos qualificados e novas tecnologias que apresentem baixo impacto para o meio ambiente e para a saúde humana.