Pesquisadores desenvolvem bioativo natural para combater dermatite capilar
CCS
atualizado 4 horas atrás
Pedro Livoratti
Agência UEL
Acordo de cooperação firmado entre o Laboratório de Inovação e Tecnologia Cosmecêutica (Labitec), do Centro de Ciências da Saúde (CCS), com o Hélder Cano Hair Studio, de Londrina, dará origem a um projeto inovador, uma formulação cosmética à base de bioativos naturais para o tratamento da dermatite capilar —condição inflamatória crônica que afeta o couro cabeludo, sobrancelhas e barba. Os tratamentos atualmente disponíveis, em sua maioria tópicos, apresentam eficácia limitada, pois apenas controlam os sintomas sem eliminar a causa da inflamação, o que favorece recidivas frequentes.
Segundo a coordenadora do Labitec, professora Audrey Garcia Lonni, o projeto envolve pesquisadores dos laboratórios LaMic (Microbiologia), LBBA (Bacteriologia Básica e Aplicada) e LaVir (Virologia Básica e Aplicada), e reúne professores e estudantes de graduação e pós-graduação. “A dermatite capilar afeta um grande número de pessoas, provocando queda de cabelo, descamação, coceira e até infecções. Nosso objetivo é propor uma alternativa mais segura e eficaz, baseada em ativos da biodiversidade brasileira”, explica.

A formulação em desenvolvimento combina bioativos naturais com propriedades antimicrobianas, antioxidantes e anti-inflamatórias, buscando uma abordagem funcional e sustentável para restaurar o equilíbrio do couro cabeludo. Os pesquisadores utilizam compostos inovadores que ainda permanecem sob sigilo devido a um futuro depósito de patente.
De acordo com a professora Audrey, o novo produto tem potencial para restabelecer o bioma do couro cabeludo, promovendo a saúde dos fios e reduzindo a reincidência da dermatite. Conforme o acordo de cooperação, os ensaios clínicos serão realizados no Hélder Cano Hair Studio, com participação de voluntários que já buscam tratamentos capilares no local. O estudo será conduzido conforme as normas éticas aprovadas pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da UEL.
A pesquisadora ressalta que os tratamentos convencionais muitas vezes empregam ativos químicos agressivos que desequilibram a microbiota natural da pele, resultando em fios pesados, opacos e ressecados. “Quando o uso desses produtos é interrompido, os sintomas costumam retornar. Nosso objetivo é romper esse ciclo, oferecendo uma solução que trate a causa e preserve o equilíbrio microbiano”, destaca.
O cabeleireiro Hélder Cano observa que a dermatite capilar tem se tornado cada vez mais comum entre os clientes. “Há uma busca crescente por soluções naturais e eficientes. Acreditamos que essa parceria com a universidade vai resultar em um método biológico e eficaz, capaz de tratar a dermatite sem comprometer a saúde do couro cabeludo”, afirma.
A equipe de pesquisadores é composta pelos professores Audrey Garcia Lonni (coordenadora), Andressa Matsumoto, Nicole Caldas Pan, Renata Kobayashi, Gerson Nakazato, Lígia Galhardi e Luciano Panagio. Participam também os estudantes de graduação Bruna Rosa de Jesus e Kauã Chicatto, além das pós-graduandas Ana Júlia Ribeiro Gaioto dos Santos, Débora Dahmer e Briani Bigotto.