Pesquisa analisa presença de elementos químicos na saliva de usuários de cigarros eletrônicos

CCS


atualizado 1 dia atrás


Gabriella Maia*

Agência UEL

Após finalizar seu estudo sobre as alterações na saúde bucal de usuários de tabaco e cigarros eletrônicos, o professor do Departamento de Medicina Oral e Odontologia Infantil (CCS) e da Clínica Odontológica Universitária (COU) da UEL, Ademar Takahama Junior, decidiu dar mais um passo em sua pesquisa. Junto ao professor Fábio Luiz Melquiades, do Departamento de Física da UEL (CCE), Takahama passou a pesquisar sobre as diferenças dos elementos-traço presentes na saliva de pessoas fumantes e não fumantes.

O professor conta como a ideia de avaliar essas diferenças surgiu: “O professor Fábio Melquiades, entrou em contato comigo. Ele tinha um projeto onde avaliava a composição química de qualquer substância e ele estava trabalhando com aqueles líquidos do cigarro eletrônico. Então a gente teve a ideia de avaliar a saliva desse grupo de pessoas que utilizam esses dispositivos. Será que a composição da saliva dessas pessoas difere de pessoas que não utilizam? Essa foi a nossa principal pergunta”, relembra Takahama.

Elementos-traço são na verdade elementos químicos que, em baixa concentração em nosso organismo, são fundamentais para os processos fisiológicos do corpo humano. Entre os elementos encontramos cobre, zinco, níquel, fósforo, potássio e cálcio. O professor também explica que a falta ou excesso desses elementos podem apresentar riscos à saúde.

Docente do Departamento de Medicina Oral e Odontologia Infantil (CCS) e da COU da UEL, Ademar Takahama Junior, vem pesquisando o impacto dos cigarros eletrônicos na saúde bucal. (Foto: Agência UEL).

“Vários estudos mostram que, apesar de ter uma quantidade muito pequena, se você tem um desequilíbrio na concentração desses elementos, isso pode levar ao desenvolvimento de doenças. Alterações nesses elementos químicos estão relacionadas, por exemplo, a doenças cardiovasculares e câncer. Então, o ideal é ter um equilíbrio da concentração desses elementos”, explica.

Cigarro comum x cigarro eletrônico 

Os cigarros eletrônicos surgiram no começo dos anos 2000, mas após a pandemia se tornaram uma febre entre adolescentes e jovens adultos. Em sua primeira pesquisa, Takahama avaliou que cerca de 50% dos estudantes universitários de uma comunidade universitária que participaram da pesquisa, fumam ou já fumaram cigarros eletrônicos (vapes e pods).

“O cigarro eletrônico foi colocado no mercado como uma “justificativa” para fazer as pessoas pararem de fumar cigarro convencional, achando que ele é menos nocivo. Mas o que a gente está observando é que parece que ele é tão prejudicial quanto, ou até mais em algumas situações. O resultado desse trabalho mostra, pelo menos nesse parâmetro que a gente avaliou, que foi a composição da saliva, que a alteração encontrada é muito parecida com aquela encontrada em pessoas que fumam cigarro convencional”, esclarece o professor.

Pesquisa e resultados

A pesquisa utilizou um questionário para avaliar os voluntários da pesquisa. Segundo o professor, alguns candidatos não puderam ser selecionados devido ao uso de medicação contínua e uso conjunto de outras formas de tabaco. Sendo assim, foram selecionados 35 fumantes e 35 não fumantes para compor o estudo. Segundo o professor, a escolha de conduzir o projeto apenas com estudantes universitários foi para que tivessem uma homogeneidade entre os participantes. “Foi realmente para ter esse nivelamento de quem que estaria participando da pesquisa. Até pela idade e pela condição cultural dessas pessoas”, explica.

As salivas foram coletadas pelos estudantes de Odontologia que fazem parte do projeto e depois enviadas para o laboratório de física, onde o professor Fabio Melquiades e seus alunos fizeram a análise das amostras. As análises eram feitas através da fluorescência de raios-X por reflexão total (TXRF). É esta tecnologia que possibilita identificar as diferenças nos elementos-traço na saliva dos participantes.

Na reta final de seu estudo, Takahama conta que os resultados apontam que as alterações encontradas na saliva de usuários de cigarros eletrônicos se mostraram muito parecidas com aqueles que consomem o cigarro convencional. Desta forma, deduz-se que os malefícios atrelados ao cigarro comum podem se manifestar também em usuários de cigarros eletrônicos.


*Estagiária de Jornalismo da Coordenadoria de Comunicação Social.

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