PET Equidade leva reflexões sobre visibilidade LGBTQIAPN+ a sindicatos

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Agência UEL

Realizar a exibição de documentários sobre a questão LGBTQIAPN+ em um sindicato de trabalhadores e trabalhadoras. Essa foi a proposta da segunda edição do Cine Equidade, evento promovido pelo PET Equidade Londrina, no Sindicato dos Bancários de Londrina e Região. O evento teve apoio do Sindicato dos Trabalhadores e Servidores Públicos Estaduais dos Serviços de Saúde e Previdência do Paraná (SindSaúde).

A sessão do Cine Equidade, realizada no último sábado (28), exibiu dois documentários. Na sequência, houve debate e troca de experiências. O primeiro documentário “Eu sempre fui” é do Ministério dos Direitos Humanos. Já “Comunidade LGBTQIA+” é uma produção da TV Justiça. Junho é o mês do Orgulho LGBTQIAPN+, porque o dia 28 marca o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAPN+.

A coordenadora geral do PET Equidade Londrina, professora Marselle Nobre de Carvalho, avalia de forma muito positiva o evento. “Tivemos a participação de estudantes, docentes, trabalhadores e movimentos sociais. Como se trata de um cine voltado ao debate de filmes e documentários curtos (até 30 minutos no máximo), a ideia é disparar reflexões a partir do material audiovisual”, explica a professora. “Foi a primeira vez que realizamos no Sindicato dos Bancários e contamos com todo o apoio da entidade e do SindSaúde Paraná. É muito importante a universidade aprender e trocar experiências fora dos muros. É isso que faz a extensão acadêmica.”

O presidente do Sindicato dos Bancários de Londrina e Região, Laurito Porto de Lira Filho, afirma que existem duas coisas importantes sobre a participação dos sindicatos em atividades como o Cine Equidade. “O primeiro ponto é ser mais um espaço no qual as pessoas podem debater temas importantes sobre pautas sensíveis que garantem às pessoas direitos humanos básicos, capazes de proporcionar o reconhecimento da existência desses sujeitos enquanto seres humanos. Devemos ser sensíveis também as suas dores e necessidades para que também tenham as mesmas condições de acesso aos serviços públicos, ao trabalho digno e tantas outras coisas.”

O segundo aspecto, destaca o sindicalista, está formação dos diretores sindicais. “O tema da equidade ainda é pouco trabalhado no meio sindical. A incompreensão sobre o tema, muitas vezes, não permite que consigamos avanços dentro da organização do trabalho, para que as pessoas consigam até mesmo exercer as suas funções”, comenta Laurito Filho. Ele complementa que a formação sindical “é a garantia da existência do espaço para que as pessoas (com deficiência, negros, mulheres, lgbtqia+) participem ativamente seja nas direção ou nos encontros organizativos do movimento sindical.”

Hodnei Machado, representante do SindSaúde Paraná no Conselho Municipal de Saúde de Londrina, afirma que a luta do sindicato vai muito além da questão econômica, como correção salarial e data-base. “A atuação do SindSaúde transcende a classe trabalhadora. Temos papel ativo em diversas áreas, em especial na defesa e fortalecimento do SUS e de políticas sociais. Nesse sentido, a parceria do SindSaúde com o PET Saúde Equidade é mais que oportuna.”

Para o sindicalista, o Cine Equidade foi um momento rico de reflexões, escuta e sensibilização. “Enquanto sindicato, foi uma oportunidade de reafirmar que lutar por direitos é também lutar por respeito e representatividade, seja dentro ou fora do trabalho. É impossível desassociar essas pautas das vivências concretas de quem sofre discriminação, violência ou silenciamento por causa da sua identidade de gênero ou orientação sexual.”

O orientador de Serviço do PET Equidade, Akin Lima, diz que a importância do evento em um sindicato consiste em mostrar a realidade de um segmento invisibilizado. “É preciso mostrar a realidade de pessoas que são constantemente invalidadas por questões morais, sendo que a Constituição prevê direitos iguais a todes. O sindicato, enquanto organização de trabalhadores, se torna um aliado nessa causa. É importante esses setores entenderem a urgência de pauta dentro de suas plenárias”, afirma Lima, agente comunitário de saúde da Secretaria de Saúde de Londrina.

O Cine Equidade é uma realização do PET Equidade Londrina, em parceria com Agentes de Educação Popular em Saúde e Articulação Nacional de Movimentos e Práticas de Educação Popular e Saúde (Aneps) Paraná. O evento ainda tem apoio do SindSaúde Paraná, Sindicato dos Bancários de Londrina e Região, Alumni UEL, Coletivo Black Divas, Frente Popular de Saúde da Região Sul de Londrina, Adecol e Núcleo de Estudos em Espiritualidade, Práticas Integrativas e Conscienciologia da UEL.

(Texto produzido pelo jornalista Reinaldo Zanardi, professor do Departamento de Comunicação da UEL, integrante do PET Saúde Equidade Londrina).