Prêmio Boas Práticas na Recepção aos Estudantes Ingressantes


Cursos Inscritos Premiados

2018

Artes Visuais

Resumo da Ação:

Nós, veteranos do segundo ano do curso de Artes Visuais, organizamos uma semana de recepção para os ingressantes com várias atividades. O tema da semana de recepção foi “Tudo pode acontecer”, no sentido de fluir, de deixar acontecer, de ser. No primeiro dia de recepção fizemos a abertura e mediação da exposição “Sob as estrelas ela dança”, que se manteve durante a semana, e uma breve apresentação do curso e conversa com os professores e os novos alunos. A exposição foi montada pelos alunos do curso, com curadoria da Katharine Nóbrega, aluna do quarto ano de artes visuais. A escolha do tema da exposição foi decidida a partir de uma discussão e decisão do departamento em lembrar, homenagear e manter a memória da ex aluna Lua Padovani, artista visual, que, infelizmente, não está mais conosco desde o final do ano passado. Lua Padovani transformava todos os ambientes por onde passava, as paredes que ocupava e a vida de todos que tiveram o prazer e o privilégio de sua presença. A relação entre a exposição e a entrada de novos alunos se mantém com o intuito da apresentação de trabalhos significativos dos alunos que passaram pela graduação de artes visuais, como a Lua. Na abertura, foi feito um ato de intervenção nas paredes, onde os ingressantes fizeram desenhos com giz, a partir da percepção que tiveram dos trabalhos da artista expostos na galeria. Houve um bate-papo após a abertura da exposição com o Professor Claudio. Ele contou um pouco mais sobre a artista e nos fez trocar ideias de uma forma sensível. Fizemos uma fogueira e queimamos nossas vaidades. Claudio explica como essa atitude faz parte de uma tradição muito antiga, que artistas participavam. Toda essa experiência permitiu a aproximação entre os alunos e a aprendizagem de outros contextos históricos e ritualísticos. No segundo dia de atividades, convidamos os ingressantes a participarem do evento “Arte e política em tempos de intolerância”, que aconteceu no CCH. O evento contou com palestras e discussões sobre temas pertinentes dentro da arte e da sociedade. A palestra permitiu um maior contato com a atual situação e atuação do artista no contexto que estamos. No terceiro dia fizemos diversas oficinas no período matutino e noturno. Sabendo sobre os pedidos de apoio e doações dos moradores da Ocupação Flores do Campo, situada na zona norte do município de Londrina, pensamos em organizar uma ação solidária, onde os ingressantes e veteranos que participassem das oficinas deveriam trazer um alimento não perecível como forma de inscrição para as mesmas. Os materiais necessários para as oficinas foram disponibilizados pelos veteranos do segundo ano. As oficinas aconteceram no dia 22/03, quinta-feira. Foram ministradas por alunos do curso de Artes Visuais. Estavam no cronograma as seguintes oficinas: Oficina de xilogravura, ministrada pelo aluno Gabriel Vilela, que foi realizada no período matutino e noturno; Oficina de autorretrato, ministrada pelas alunas Thaynara Birche e Tainara Regina Pinto, que foi realizada no período noturno; Oficina de encadernação, ministrada pela aluna Bruna Tavares, que também foi realizada no período noturno. Arrecadamos 30kg de alimento não perecível, entre eles arroz, macarrão, farinha e feijão. Entramos em contato com uma das moradoras da ocupação Flores do Campo, e no dia 11/04 fomos entregar a arrecadação. A moradora Eliane nos recebeu e ficou muito agradecida pelo apoio. Nos disse que os trabalhos sociais no local são bem-vindos, além de projetos, oficinas e visitas para conhecer o espaço. Ela nos passou a informação da existência de um barracão na ocupação que pode ser usado para fazer essas e outras atividades com os moradores, principalmente com as crianças. Os alimentos foram distribuídos para as famílias que mais necessitavam da ajuda. A moradora Elisa fez fotos da distribuição e nos enviou posteriormente. Além da conclusão da atividade solidária com êxito e a oportunidade de conhecer e saber um pouco mais sobre a ocupação Flores do Campo, fizemos uma grande rede de integração entre professores, veteranos e ingressantes. As oficinas permitiram o maior contato e troca de experiências entre as pessoas. No último dia de atividades aconteceu uma cerimônia oblíqua, proposta e ministrada pelo professor Claudio. Essa atividade contou com uma roda de conversa e discussão sobre temas como: traço, experiências, leituras, e arte. RELATOS DOS INGRESSANTES “Ansiedade. Medo. Vergonha. Felicidade. Foram as palavras que me cercavam naquela noite, mas assim que a fogueira acendeu isso tudo se foi. Nossa iniciação ao curso de artes visuais foi uma experiência da qual nunca vou esquecer, não só pela ocasião em si, mas por todo o carinho que professores, alunos e ex alunos tiveram ao nos receber. Com uma “fogueira das vaidades” conduzida pelo professor Cláudio, pudemos ali nos apresentar e interagir com todos que estavam presentes. Tivemos a chance de ver um trabalho lindo e emocionante de uma ex aluna e perceber o quão importante a arte é, e poder ter deixado marcas nas paredes de um caminho que estava preste a começar. Conhecemos nossos professores, que nos explicaram sobre o curso, além das comidinhas maravilhosas! Tive a oportunidade de participar de uma oficina de xilogravura, incrível e muito determinante na minha vida (tanto que estou trabalhando com trabalhos de xilogravura por conta dessa oficina) dentre outras que estavam sendo realizadas na semana de integração, com um ótimo professor que me guiou e me auxiliou em qualquer necessidade e de estar presente com veteranos que tornaram o clima agradável é super caloroso; oficinas que geraram arrecadações de alimentos para uma instituição, atitude que me deixou ainda mais feliz de fazer parte desse projeto. Durante toda a semana, além de atividades com os professores e as oficinas organizadas pelos veteranos, tivemos palestras que puderam nos mostrar um pouco da grandiosidade de uma universidade, toda sua história e sua importância no meio social e cultural. Por fim, todos os sentimentos que me cercaram no primeiro dia, deram lugar à: inspiração, realização e principalmente gratidão.” NATHALIA VARGAS “No primeiro dia não houve atividade por conta da suspensão das aulas. Mesmo assim eu e mais outros três calouros fomos. Conhecemos a maioria dos professores, e eles nos atualizaram sobre o que estava acontecendo na universidade. Conversamos principalmente com os professores Marcos e Claudio, que inclusive nos convidou para tomar um café e conhecer a sala de gravura. Assim que entrei na sala me senti no lugar certo. Foi o primeiro sinal de que estava no curso/caminho certo. Terça houve abertura de uma exposição (Lua), e foi um “soco no estômago”. Ao mesmo tempo que foi muito triste conhecer a história da Lua, foi o segundo sinal. O terceiro sinal foram as pessoas que fazem o curso de artes viver, os veteranos e professores engajados. Depois (ou antes, não me lembro exatamente) houve breve apresentação de alguns dos professores e da DaP, seguido de desenho com giz nas paredes da galeria. Também teve apresentação dos veteranos. Quarta e/ou quinta (aqui minha memória não está clara) participei da oficina de xilogravura, ministrada pelo Gabriel Vilela. Foi incrível e fiquei com aquele gosto de “quero mais”, e essa memória volta toda vez que entro na sala de gravura. Teve também um café da manhã com os veteranos, mas não lembro se aconteceu no mesmo dia ou não. (fim da memória obscurecida) Sexta teve a fogueira das vaidades com a presença do professor Claudio, que explicou de onde surgiu a fogueira das vaidades. Teve apresentação dos calouros, e a proposta foi cada um dizer seu nome, idade, de onde é, opção sexual, signo zodiacal, responder a uma pergunta aleatória e por fim despejar pó de café na fogueira. Depois teve uma dinâmica em que cada pessoa desenhava ela mesma, num tempo limitado, e o desenho passou por cada um e no final todos acabaram desenhando todos. Foi o dia de maior interação entre calouros e veteranos. No geral fiquei muito satisfeito principalmente porque acabei comparando com trotes que eu já passei ou trotes de outros cursos deste ano, e conosco não foi exatamente um trote.” MARCOS OKUDA “Eu já havia estudado na universidade quando cheguei pra primeira semana de aula de artes este ano, porém desde o início foi um clima novo, a recepção foi feita não somente pelos estudantes (como ocorre em outros cursos), mas os professores também estavam envolvidos. Para os alunos mais novos, com certeza isso trouxe mais segurança ao ingressar na faculdade, e para mim, senti que havia um maior envolvimento do corpo docente com os alunos. No decorrer da semana, além de outras atividades, tivemos várias palestras e a preocupação do colegiado em esclarecer o funcionamento do curso, a ementa, as horas a serem cumpridas, os projetos de pesquisa realizados no centro, tudo que é necessário para o aproveitamento de toda estrutura que a universidade pode oferecer. No momento cheguei a compartilhar que não tive esta experiência em outro curso, e que isto era muito importante para que o aluno pudesse realmente desfrutar de tudo que pode ser realizado na UEL além da graduação. Os alunos dos anos seguintes nos acompanharam durante toda a semana, sendo que em um dos dias foram eles mesmos que ministraram oficinas com inscrição por um quilo de alimento, que foram doados para o Flores do Campo. A apresentação durante a semana me surpreendeu deixou a melhor impressão que eu poderia ter do curso, me senti acolhida e pude perceber a preocupação do Departamento de Artes em não somente preparar profissionais, mas em auxiliar na formação de pessoas envolvidas com a comunidade, com pensamento crítico de cultura e política.” RAFAELA GIROTO “A recepção de calouros do curso de artes visuais foi de fundamental importância, além de pudermos conhecer nossos professores, colegas de sala/veteranos e funcionários que compõe o curso, tivemos a oportunidade também de conhecer o espaço físico do nosso departamento e ainda oficinas, que na prática, mostraram como o curso é composto, todos foram solícitos e sanaram dúvidas que, como todo calouro, chegamos cheios de questionamentos e anseios. Portanto ao meu ver a semana foi super Importante e mais que isso, uma boas vindas com com experimentação, sensação e atividades em grupo. Uma verdadeira lição de apadrinhamento, uma sensação de ser bem vindo no curso que escolheu e na universidade que escolheu.” PEDRO SUGETA.

(Galeria de Fotos)

Créditos:
Estudantes do Curso de Artes Visuais