Curso de Especialização em Enfermagem Obstétrica – Rede Alyne realiza aula inaugural
Assessoria de Comunicação do HU
atualizado 2 dias atrás
O Curso de Especialização em Enfermagem Obstétrica – Rede Alyne (CEEO-Rede Alyne) realizou, no dia 12, a aula inaugural que marcou o início da formação da primeira turma do programa em Londrina. O evento ocorreu no Centro de Ciências da Saúde (CCS) da UEL e reuniu gestores, docentes, profissionais da rede de saúde e estudantes. A especialização integra o programa nacional “Fortalecimento e Expansão da Enfermagem Obstétrica no SUS -FExEOSUS”, iniciativa estratégica do Ministério da Saúde e da Universidade Federal de Minas Gerais voltada à qualificação de profissionais que atuam na atenção à saúde da mulher em todo o país.
Trata-se do primeiro curso de pós-graduação direcionado à Rede Alyne, com o objetivo de ampliar e fortalecer a atuação de enfermeiras e enfermeiros obstétricos no SUS, contribuindo para a regionalização e interiorização da formação em saúde. Em Londrina, uma das quatro sedes contempladas no Paraná, o programa é promovido pelo Departamento de Enfermagem da Universidade Estadual de Londrina (UEL), em articulação com os serviços da rede pública de saúde.

Parceria nacional e compromisso com a equidade
A especialização lato sensu é desenvolvida nacionalmente por meio de parceria entre o Ministério da Saúde e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com apoio da Associação Brasileira de Obstetrizes e Enfermeiros Obstetras (Abenfo). O curso é ofertado na modalidade presencial, com carga horária total de 720 horas e duração prevista de 16 meses. Ao todo, foram disponibilizadas 750 vagas, distribuídas em 41 sedes em todas as regiões brasileiras, destinadas a enfermeiras(os) com, no mínimo, um ano de atuação no SUS, especialmente nos serviços de atenção à saúde da mulher.
O FExEOSUS tem como propósito qualificar profissionais que já integram a rede pública, fortalecendo a assistência obstétrica e neonatal e contribuindo para a melhoria da qualidade do cuidado materno-infantil. A iniciativa busca aprimorar práticas baseadas em evidências, reduzir intervenções desnecessárias e fortalecer o vínculo entre os serviços de saúde e a população, com atenção especial a contextos regionais e territórios mais vulneráveis.
A formação está alinhada à Rede Alyne, programa do Governo Federal lançado em setembro de 2024 que substitui a antiga Rede Cegonha. A iniciativa estabelece como metas a redução da mortalidade materna no Brasil em 25% até 2027 e, entre mulheres negras e indígenas, em 50% no mesmo período. O nome homenageia Alyne Pimentel, mulher negra cuja morte evitável por falhas no atendimento obstétrico resultou na primeira condenação, na ONU, do Brasil por violação de direitos humanos. A Rede Alyne reafirma o compromisso do SUS com a equidade, o enfrentamento do racismo institucional e a garantia de cuidado integral às mulheres.
Solenidade de abertura
A solenidade de abertura contou com a presença da vice-diretora do CCS, Carrie Chueiri Ramos Galvan; da diretora de Enfermagem do HU, Flávia Oussaki; da diretora responsável pela Atenção à Saúde da Mulher da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (SESA-PR), Carolina Bolfe Poliquesi, que participou de forma remota; da vice-chefe do Departamento de Enfermagem da UEL, Daniela Biguetti Martins Lopes; e da coordenadora do Polo Formador de Londrina, Catia Campaner Ferrari Bernardy, além de representantes das redes municipal e estadual de saúde, docentes, servidores e estudantes.
Ao dar as boas-vindas, Catia Campaner Ferrari Bernardy destacou que a especialização tem como foco qualificar profissionais que já atuam no SUS, contribuindo para o aprimoramento da assistência. “Esperamos unir forças com vários profissionais, cada qual com sua expertise, para que o aluno tenha o melhor de cada um de nós”, afirmou, ressaltando a importância do trabalho em equipe interdisciplinar e do apoio dos gestores para a transformação das práticas assistenciais.

A vice-chefe do Departamento de Enfermagem da UEL, Daniela Biguetti Martins Lopes, parabenizou a iniciativa e enfatizou a capacitação como elemento essencial para a melhoria dos serviços de saúde materno-infantil. Já Carolina Bolfe Poliquesi agradeceu a disponibilidade da estrutura da UEL e da Secretaria Municipal de Saúde, reforçando o compromisso da SESA-PR com a missão do SUS junto às mulheres, por meio de um cuidado sensível às diferentes realidades e vulnerabilidades.
A diretora de Enfermagem do HU, Flávia Oussaki, destacou a relevância da qualificação aliada ao cuidado humanizado para a promoção de uma assistência segura e de qualidade. “Acredito que esta formação será um divisor de águas tanto para os profissionais quanto para os pacientes que serão atendidos por vocês”, afirmou. A vice-diretora do CCS, Carrie Chueiri Ramos Galvan, ressaltou a importância da formação contínua para o fortalecimento do SUS e para o desenvolvimento de novos modelos de assistência voltados aos desafios da saúde da mulher.
A integração dos níveis de atenção
A programação contou ainda com palestras que abordaram o papel do enfermeiro obstetra nos diferentes níveis de atenção à saúde. Priscila Alexandra Comiran, coordenadora de Saúde da Mulher na Atenção Primária de Londrina, apresentou um panorama da atenção básica no município, destacando a importância da qualidade do pré-natal, da estratificação de risco e do protagonismo da mulher no processo de cuidado.
Regina Adelaide Adário, da Maternidade Municipal Lucilla Ballalai, abordou a atuação do enfermeiro obstetra na maternidade de risco habitual, apresentando a estrutura, a missão e os serviços da instituição, que será um dos campos de estágio do curso.
No Hospital Universitário, referência regional em atendimento de alto risco, a coordenadora do Centro Obstétrico, Karen Gomes, destacou a responsabilidade e a capacitação do enfermeiro obstetra na promoção de uma assistência segura à mãe e ao bebê, enfatizando o conhecimento científico como base para intervenções oportunas, com foco no cuidado personalizado, no acolhimento da família e no protagonismo da mulher.
Encerrando a programação, Janaína Vidal, da Abenfo-PR, abordou a Reforma Obstétrica no Brasil, destacando os desafios e a necessidade de transformação do modelo de atenção ao parto e nascimento, com base em evidências científicas, boas práticas assistenciais, humanização do cuidado e enfrentamento da violência obstétrica.
Formação, cuidado e fortalecimento da rede pública
Com uma proposta pedagógica voltada à integração entre ensino, serviço e gestão, a promoção do Curso de Especialização em Enfermagem Obstétrica – Rede Alyne, através da rede de parcerias, reafirma o papel estratégico e o compromisso da UEL, por meio do departamento de enfermagem, e do HU com a formação qualificada de profissionais, o fortalecimento do SUS e a melhoria contínua da assistência à saúde da mulher. A iniciativa contribui para a construção de práticas mais seguras, humanizadas e equitativas, alinhadas às necessidades da população e aos princípios da saúde pública brasileira.