Três Alqueires é Pouco
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No início, pensou-se em três alqueires para a construção do Campus; hoje ele te 96,92 alqueires
A história de obtenção de um terreno que pudesse, mais tarde, abrigar uma universidade, começa alguns anos antes da existência da UEL, na Fundação de Ensino Superior de Londrina (FESULON), criada em dezembro de 1965 para dar à cidade a sua Faculdade de Medicina. Estava estabelecido, na escritura da FESULON, que o Município doaria um terreno à entidade. Pensou-se, de início, numa área de três alqueires, mas a Prefeitura achou grande demais. No entanto, a FESULON preferiu ouvir o conselho providencial de um técnico em assuntos educacionais: para uma futura universidade, três alqueires não bastariam – seriam necessários 30!
Como relata o professor Joaquim Carvalho da Silva, no livro “Peroba Rosa”: “Aqui entrou em campo o londrinense e, então, secretário da Fazenda estadual, Orlando Mayrink Góes, que vinha trabalhando desde há muito nos bastidores, dando todo o apoio para que se criasse a universidade. Conhecedor do problema da escolha do terreno, de uma feita, sobrevoando Londrina, julgou haver descoberto, como de fato aconteceu, o local ideal para o futuro Campus. O local próximo à cidade, que fosse plano e elevado”. Era a Fazenda Santana, conhecida como Perobal, porque tinha muitas perobas espalhadas entre os pés de café. Pertencia à viúva Ana Martins Gonzaga e herdeiros, residentes em São Paulo. Não foi com dinheiro do Município que a área tornou-se Campus da UEL, mas sim graças ao Governo do Estado, que doou à FESULON fundos suficientes para a compra de 30 alqueires, sendo que a família proprietária doou mais 17 alqueires, totalizando 47. Essa foi a área original do Campus da UEL. Hoje, ela é de quase 100 alqueires.
De posse do terreno, e, 1967, a FESULON apressou-se em iniciar as construções para atender às necessidades da Faculdade de Medicina, que funcionava em acanhadas acomodações, junto à Faculdade de Odontologia. E já em 1968 a Faculdade de Medicina se transferia para o Campus, onde ficaram prontos os primeiros prédios do que viria a ser o Centro de Ciências Biológicas. Nesse momento a UEL ainda não existia, embora houvesse muito o que fazer para concretizar o projeto da Universidade, muita gente, em muitas frentes, atuava em favor dele, tomando providencias em favor do futuro mais distante.Entre essas providencias, estava o projeto de instalação física do Campus. O primeiro esboço foi feito em 1969. Os primeiros prédios, tanto do Centro de Ciências Biológicas como do Centro de Ciências Humanas, tinham plantas que obedeciam à reforma do ensino superior, com anfiteatros amplos para serem usados por turmas numerosas, abrangendo diversos cursos nas disciplinas básicas. De resto, as diretrizes do projeto eram no sentido de “integrar socialmente a população universitária de cada setor específico, contribuindo sobremaneira no inter-relacionamento de estudantes e professores, através da troca de informações e experiências, objetivando a dinamização do ensino e da pesquisa”, como relata o professor Joaquim Carvalho em seu livro.
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O texto está citado na lista de referências como REVISTA UEL (2011).