Quando (e Como) Tudo Começou
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O ex-governador Paulo Pimentel assinou, em 28 de janeiro de 1970, o decreto de criação da Universidade Estadual de Londrina.
O governador Paulo Pimentel sempre sonhou em criar uma universidade em Londrina. Ele se incomodava com o fato dos estudantes terem que se deslocar até as capitais em bisca do Ensino Superior. À época de publicação deste texto, Paulo Pimentel tinha 82 anos e presidia o Grupo de Comunicação GPP, em Curitiba. Ele afirmou que quando assumiu a Secretaria do Estado da Agricultura, em 1961, nomeado pelo então governador Ney Braga, estimulou o ensino agrícola, mas continuava sonhando com uma universidade em Londrina. “Quando fui eleito governador, no final de 1965, acreditei que o projeto poderia começar a ganhar corpo e se concretizar”, contou.
A primeira reunião para discutir a implantação da Universidade Estadual de Londrina aconteceu na sede da Associação Comercial (ACIL). “Finalmente, em 28 de janeiro de 1970, assinávamos o decreto de criação da UEL, sob forma de Fundação, paralelamente à Universidade Estadual de Maringá e de Ponta Grossa”, recordou Paulo Pimentel. O ex-governador considerou memorável o momento da escolha do local para instalar a Cidade Universitária. “A Fazenda Perobal estava a venda, mas o proprietário não queria esperar pela burocracia exigida na compra de um patrimônio pela máquina pública. Foi então que tomamos um avião para sobrevoar a área. Depois disso, não tive dúvidas: dei um cheque meu como sinal e fechamos o negócio no final dos anos 1960 para não perder a oportunidade. Nascia o Campus Universitário da UEL”, lembrou o ex-governador.
Paulo Pimentel contou que compartilha esta conquista com a comunidade londrinense, professores, associações de classe e profissionais liberais que sonhavam com a ascensão do ensino universitário na segunda maior cidade do Estado. “O grande mérito de tudo isso é ver a interiorização do Ensino Superior e, consequentemente, assistir ao surgimento de outras universidades a partir da UEL, em benefício da educação e do desenvolvimento do Paraná”, afirmou o ex-governador.
Segundo Pimentel, não houve apoio do governo federal na criação das universidades estaduais porque a Presidência da República já lutava com grande dificuldade para manter suas universidades federais nas capitais. “Acredito que a questão estava mais ligada ao governo estadual. A USP, por exemplo, é estadual e é uma das universidades mais respeitadas do país. Não menosprezando a Universidade Federal do Paraná, mas nos orgulhamos e reconhecemos a destacada posição que a UEL desfruta hoje no cenário nacional”, ressaltou Pimentel. Na opinião dele, a gratificação é imensa. “Acredito que o meu maior ato como governador foi a criação das três primeiras universidades estaduais paranaenses”, comentou.“Hoje, não sei se Londrina é conhecida pela UEL ou se a UEL é conhecida por estar em Londrina. Mas, quando volto ao passado percebo que o esforço não foi em vão. Confesso que não imaginava assim, assim como muitos também não, que a Instituição chegasse onde chegou. Orgulho-me de deixar aos meus netos este legado e que eles poderão desfrutar muito mais que um patrimônio físico. Ver meu nome se perpetuar por obras desta importância é realmente compensador. Quarenta anos depois da assinatura de um decreto, estar aqui para contar toda esta história me emociona muito. Fui apenas um dos plantadores desta semente. Um instrumento para lançar a centelha”, destacou Paulo Pimentel.
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O texto está citado na lista de referências como REVISTA UEL (2011).