FILO: O Festival de Todas as Artes

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No ano de 1968, o Brasil vivia sua repressão mais profunda provocada pelo regime militar, quando um grupo de estudantes universitários e intelectuais londrinenses se lançou em um desafio “subversivo”: criar um festival de artes. Em meio a eles, estava Nitis Jacon, uma jovem estudante de medicina e apaixonada pelo teatro que a princípio foi convidada e, com o passar dos anos, se transformou no principal nome do hoje então Festival Internacional de Londrina (FILO). Começando como um despretensioso festival universitário, o evento conquistou público e periodicidade na agenda da cidade. Com o tempo, passou a chamar atenção de produtores culturais do país, até conseguir promover a primeira Mostra Latino-Americana de Teatro no Brasil.

O futuro caráter internacional já começava aparecer. E assim, o Festival Internacional de Londrina (FILO) foi se configurando no que é hoje: o festival mais antigo do continente e importante patrimônio da história cultural do país. Atualmente sob a direção de Luis Bertipaglia, o FILO agrega várias atividades artísticas como teatro, dança, música, literatura, cinema, oficinas, workshops, além dos projetos de inclusão social. Em 2000, o FILO passou a ser conhecido como “Festival de Todas as Artes”. Em cada edição, o evento recebe um público de, aproximadamente, 90 mil espectadores. De acordo com a criadora do Festival, Nitis Jacon, o FILO criou uma rede de comunicação com os bairros, os municípios, depois com os estados, com a América Latina e, hoje, com o mundo todo. O Festival desenvolveu, também de acordo com Nitis Jacon, uma proposta de inclusão cultural com os “Projetos de Maio” que possibilitou um trabalho de caráter formativo e educacional, desenvolvido em comunidades locais por meio da linguagem artística.

O texto está citado na lista de referências como REVISTA UEL (2011).