Divisão de Artes Plásticas da Casa de Cultura da UEL

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A Divisão de Artes Plásticas foi fundada em 1971, porém foi em 1992, após o período de desativação que efetivamente iniciou suas atividades sob a coordenação da professora Helena Maria Di Cavalcanti Mello, sendo sucedida logo depois (ainda em 1992) pela professora Maria Carla Guarinello de Araújo Moreira, que foi quem traçou o perfil da Divisão, estabelecendo metas e eixos norteadores das ações de acordo com propostas de arte contemporânea. Segundo Maria Carla, desde o início houve a preocupação de não transformar as ações em eventos pontuais e espetacularizados. Prevaleceu a escolha de investir em projetos que possibilitassem a compreensão das artes visuais enquanto processo legítimo e possível de conhecimento. Compreendeu-se que esse conhecimento se construía dinamicamente a partir de visualidades, sentido e experimentação. Neste sentido, a Divisão foi pensada como um espaço onde as projeções identitárias pudessem ser constantemente redinamizadas. As exposições, por conseguinte, eram admitidas como possibilidade de multiplicação de experiências estéticas, tanto para os artistas quanto para o público que as visitava.

Fundamentando essas propostas, o trabalho da Divisão de Artes Plásticas da Casa de Cultura da UEL fez de Londrina um polo de discussão e produção de Arte Contemporânea, trazendo importantes artistas e críticos, cumprindo assim o papel de ponte entre o conhecimento produzido aqui e em diferentes pontos do país. Foram realizados projetos (exposições, conferências, workshops, mesas redondas, encontros com artistas, oficinas, mediações, cursos, estágios, grupos de estudo, intervenções, lançamentos de livros, entre outros), que estrategicamente aproximaram o público à produção artística, envolvendo os profissionais da área (artistas, estudantes e professores de arte), oferecendo um espaço para trocas de experiências e vivência. Distintas abordagens, tais como desenho, pintura, instalação, fotografia, vídeo, objeto, performance e suas derivações interdisciplinares tiveram o espaço e efetiva presença nos espaços ocupados pela Divisão de Artes Plásticas.

Esse trabalho se intensificou ao longo dos anos, tendo sempre como base a seriedade e o comprometimento com os preceitos da Divisão, estabelecendo conexões com outras áreas de conhecimento e oferecendo um espaço para discussões e novas propostas. Continua sendo compromisso da Divisão de Artes Plásticas a permanente atualização em consonância com a produção contemporânea de arte, que implica numa permanente atenção aos riscos implicados em se considerar o instante como o momento onde efetivamente acontecem os fenômenos que devem ser considerados pertinentes. Nesse sentido de urgência, são desenvolvidos projetos, curadorias e mediações que criem territórios de contaminação entre as linguagens, que permitam que o repertorio e o vocabulário sejam também atualizados e assim se estabeleça o perfil da Divisão de Artes Plásticas, que entre museu e galeria de arte, se estabelece como centro de discussão e produção de arte contemporânea.

O texto está citado na lista de referências como CASA DE CULTURA (2022).