Variação das taxas de feminicídio no Brasil revela forte aumento em 2025
Lesfem
atualizado 3 dias atrás
O Laboratório de Estudos de Feminicídios (Lesfem) divulgou nesta quarta-feira, 10 de dezembro, os dados preliminares do Monitor de Feminicídios no Brasil (MFB) referentes ao período de janeiro a outubro de 2025. O levantamento identificou 5.582 feminicídios consumados e tentados no país, resultando em uma taxa anualizada de 5,12 feminicídios por 100 mil mulheres.
Os dados, atualizados a partir de notícias identificadas diariamente pela equipe do MFB, apontam que 68,52% dos casos registrados foram consumados e 31,48% foram tentativas. Os números revelam um aumento importante na violência letal contra mulheres quando comparados ao mesmo período de 2024.
Estados lideram aumentos expressivos nas taxas
A variação das taxas estaduais mostra que o fenômeno não ocorre de forma homogênea no território brasileiro. Estados como Amapá (+14,7 pontos), Mato Grosso (+8,0), Sergipe (+4,3) e Distrito Federal (+4,2) registraram os maiores aumentos na taxa de feminicídio por 100 mil mulheres.
Entre as poucas reduções identificadas, estão Rio de Janeiro (–0,9), Paraná (–0,8) e Piauí (–1,4). O Pará manteve estabilidade.
Os dados também mostram que as taxas mais elevadas de feminicídio em 2025, considerando o período parcial de janeiro a outubro, concentram-se nos estados de Acre (16,7), Mato Grosso (19,6), Rondônia (14,6), Tocantins (14,0) e Mato Grosso do Sul (13,8).
Capitais também registram taxas muito acima da média nacional
Entre as capitais, as maiores taxas foram observadas em Cuiabá (16,9), Porto Velho (16,3) e Macapá (16,2). No Rio de Janeiro, a taxa registrada foi de apenas 1,7, a mais baixa entre todas as capitais analisadas.
Lesfem alerta para tendência preocupante
Para a professora Silvana Mariano, coordenadora do Lesfem, os dados reforçam a necessidade de que o país incorpore metodologias sensíveis a gênero no monitoramento da violência contra mulheres.
“A tendência de alta em tantos estados revela que o feminicídio continua sendo um problema estrutural no Brasil. A subnotificação nos dados oficiais reforça a importância de iniciativas independentes como o Monitor de Feminicídios no Brasil.”
Os números completos, incluindo gráficos e variações percentuais por estado, podem ser conferidos na publicação no site.