Entidades rechaçam proposta de extinção da Secretaria da Mulher

Revista Jornalismo & Ficção


atualizado 4 meses atrás


A proposta do chefe do Executivo é fundir as secretarias da Mulher, do Idoso e da Assistência Social em uma só pasta, denominada de Família e Desenvolvimento Social. Organizações sociais da cidade de Londrina se manifestam contra o projeto.

Por Nathalia Rosa

O prefeito de Londrina (PR), Tiago Amaral (PSD), surpreendeu a população ao anunciar no início do seu mandato, dia 16 de janeiro de 2025, a proposta para extinguir a Secretaria Municipal de Políticas para Mulheres, que passará a funcionará com as secretarias de Assistência Social e do Idoso. O anúncio causou revolta e manifestações por parte de entidades sociais. A medida segue em debate.

As entidades apontam a contradição do prefeito eleito. Em 2024, durante a corrida eleitoral, o até então candidato Tiago Amaral, assinou uma carta–compromisso na qual determinava o fortalecimento da Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres. A secretaria é referência nacional desde 1993, sendo umas das primeiras do Brasil, com projetos como o Centro de Referência em Atendimento à Mulher (CAM); o Plantão 24 horas e a Casa Abrigo Canto de Dália (CADC).

O Observatório de Feminicídio de Londrina, o Neias, publicou uma nota em defesa da manutenção da secretaria: “A fusão das secretarias, como proposta pela nova gestão, não só compromete os avanços locais conquistados ao longo de décadas, mas também constitui um retrocesso no contexto mais amplo das políticas públicas brasileiras e globais. É importante destacar que a política para as mulheres tem princípios, diretrizes e objetivos próprios, distintos daqueles que orientam as políticas de assistência social, de infância e adolescência, ou de promoção da igualdade racial.”

A presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (CMDM), Sueli Galhardi, reforça a importância da manutenção da Secretaria e como isso afeta a política em Londrina. “A fusão das secretarias, como proposta pela nova gestão, não só compromete os avanços locais conquistados ao longo de décadas, mas também constitui um retrocesso no contexto mais amplo das políticas públicas brasileiras e globais”, afirma Galhardi.“Nós não podemos admitir isso, sabendo que inviabilizará recursos, violará direitos, reduzirá os serviços”, complementou.

No dia 4 de fevereiro, um manifesto em defesa da manutenção das secretarias, representantes das entidades envolvidas ocuparam a câmara dos vereadores em ato de sensibilização dos parlamentares alertando sobre o retrocesso que a medida apresenta para a cidade.


Nathalia Rosa é estudante de Jornalismo na UEL. Membro do grupo Gabo de Pesquisa e do projeto Safety.

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