NIC Vigarista: professores da UEL montam banda punk
Revista Jornalismo & Ficção
atualizado 2 meses atrás
A banda de docentes da Universidade Estadual de Londrina começou como um “vamos combinar”, porém logo conquistou o coração dos fãs, lançou álbum e fez até show na Universidade Estadual de Maringá, a quase 100 quilômetros da cidade dos músicos.
Texto: Luiz Fernando Abreu e Gabriella Maia
“Tia Fascista”, “Terrabolistas” e “Rivotril”. Estas são algumas das músicas da banda punk NIC Vigarista, formada por três professores do Departamento de Comunicação, da UEL. O que teve início como um hobby, pelo puro amor à música, cresceu e conquistou o público não só da população londrinense, mas também de Maringá.
A história da banda começou com o professor Fábio Silveira, baterista do grupo. Ele aprendeu a tocar o instrumento depois de adulto e, aos dezembros, criou o hábito de se reunir em um estúdio alugado com seu irmão e alguns amigos para tocar “Papai Noel Velho Batuta”, dos Garotos Podres. Em 2019, ele estendeu o convite ao professor André Azevedo, que tocava guitarra e até integrou uma banda na juventude.
Com o passar dos anos, após algumas conversas pela UEL, os docentes começaram a flertar com a ideia de formar a NIC Vigarista. “A gente falou ‘vamos fazer a banda’, mas sabe aquelas conversas de corredor que os caras brincam que parece o ‘vamos combinar’ de carioca? Que não quer dizer que vai combinar, quer dizer ‘sei lá, qualquer dia”, brincou Fábio Silveira.
A ideia de criação da banda ganhou mais força quando, no final de 2022, em um almoço com membros do Departamento de Comunicação da universidade, o professor Beto Klein revelou aos colegas que era baixista em sua juventude – justamente a peça que faltava para o grupo. Na época, ele não possuía o instrumento, porém o adquiriu em fevereiro de 2023, entrando oficialmente na banda.
No início, o trio fazia cover de bandas punk. Entretanto, o professor André Azevedo passou a trazer algumas músicas autorais que passaram a integrar o repertório do grupo e deram vida ao primeiro álbum da banda “Treta de Departamento”, lançado no Spotify em março deste ano. Pouco a pouco, os docentes começaram a realizar shows em espaços públicos da UEL, bares, e até no Sesc Cadeião de Londrina.
Foi então que, no dia 9 de agosto de 2024, a banda fez o show de encerramento da Semana de Artes da Universidade Estadual de Maringá (UEM). O evento estava previsto para acontecer em um palco em frente à biblioteca do campus, porém devido à chuva, os docentes tocaram em um lugar ainda mais inusitado. “Eles tiveram que desmontar o palco externo e a gente acabou tocando no saguão da biblioteca. Foi bacana”, afirmou o baixista Beto Klein.
Segundo Fábio, essa experiência na Cidade Canção foi maravilhosa, pois eles puderam tocar para pessoas fora da “bolha” de amigos e conhecidos que vivem em Londrina. “Um ou outro lá que a gente conhecia, foi um público que recebeu a gente muito bem, deu uma química legal”, afirmou.
Loucuras do cotidiano
André Azevedo, guitarrista e compositor, explica que seu processo criativo funciona como uma válvula de escape para problemas e outras experiências do cotidiano, semelhante ao que acontece em um sonho. Uma das canções mais famosas do grupo e a primeira do álbum é a “ABNT”, um episódio de revolta com a mudança das regras de trabalhos acadêmicos determinada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Ouça abaixo:
Outra música favorita entre os fãs é “Eu não gosto de bingo”, que, segundo André Azevedo, foi uma resposta às pessoas que acreditaram que eles não estavam mais na idade de formar uma banda do gênero. “E o punk permite que a gente devolva essa energia ao mundo em vez de enfartar, por exemplo”, brincou.
A banda NIC Vigarista se apresenta neste domingo, 22 de setembro, durante o Festival Funcart. O evento tem início às 18h na Concha Acústica de Londrina, na rua Piauí, 130.
Texto produzido pelos estudantes do curso de Jornalismo da UEL Luiz Fernando Abreu e Gabriella Giovana Maia Bertesin Mateus, sob supervisão do professor Reinaldo César Zanardi, para o webjornal PreTexto UEL, como parte integrante da disciplina de Jornalismo e Convergência Digital I.