Por que você vai ao cinema?
Revista Jornalismo & Ficção
atualizado 1 ano atrás

Com inspiração nas críticas de filmes produzidas por García Márquez nos anos 50, em Bogotá, questiona-se o motivo onírico ou de empatia coletiva que leva o espectador a uma sala de cinema.
Fernanda Ortenzi
Às três da tarde de um sábado, no Espaço Villa Rica, centro da cidade de Londrina, cinéfilos vão assistir a Acossado (1960), do renomado cineasta francês Jean-Luc Godard. Diferentes pessoas com um interesse em comum se encontram nesse lugar para ver um filme juntas. Essa pode ser a primeira vez que eles têm a oportunidade de ver essa obra em uma sala de cinema.
Às quatro da tarde de um domingo, no Cinemark do Boulevard Shopping Londrina, pessoas fazem fila para ver Oppenheimer (2023), de Christopher Nolan. Barbie (2023), de Greta Gerwig, também está em cartaz. Os dois estão entre os longas mais aguardados do ano e levaram muitas pessoas ao cinema. É possível encontrar lá adolescentes desacompanhados e barulhentos, namorados que não estão muito preocupados com a sessão, pais e crianças em busca de uma diversão para a família toda e também amantes da sétima arte.
Em uma época em que as pessoas têm todos os filmes que quiserem na palma de suas mãos, por que elas vão ao cinema? Esse passeio pode ser muito mais que ver um filme, pode ser uma experiência coletiva. Também pode ser solitário, se você for sozinho. É uma forma imersiva de ver uma obra cinematográfica, com a maior tela possível e um som de ótima qualidade. Ir ao cinema nunca vai perder a graça, seja porque é um passeio divertido ou porque os filmes ficam melhores no cinema. Isso vale para filmes comerciais que arrecadam milhões de reais na bilheteria, e também para obras antigas ou independentes que têm seu pequeno público fiel.
De qualquer forma, ir ao cinema é mágico. Com as salas fechadas durante a pandemia, foi possível perceber como esse costume faz falta. Como é bom rir junto com um monte de desconhecidos em uma cena engraçada. Como é bom ver pessoas variadas empolgadas com um filme, com a arte. Porém, tem um problema: o preço do ingresso. Bom seria se todo mundo pudesse ir ao cinema, se essa e todas as outras formas de arte e entretenimento tivessem preços mais acessíveis.
Fernanda Ortenzi é estudante de Jornalismo, integrante do Grupo Gabo de Pesquisa, assistente de edição da revista Jornalismo & Ficção: América Latina e Caribe e desenvolve projeto de Iniciação Científica sobre “Cinema segundo García Márquez”.