Lançamento do Caminho Rosa emociona público e marca abertura do Outubro Rosa no HU-UEL

Assessoria de Comunicação do HU-UEL


atualizado 2 dias atrás


O Hospital Universitário da UEL (HU-UEL) deu início, na última sexta-feira (26), às ações do Outubro Rosa com o lançamento do projeto “Caminho Rosa: Retratos de Superação”, que emocionou pacientes, familiares, profissionais de saúde e autoridades presentes. A iniciativa retrata, por meio da fotografia documental, a jornada terapêutica de quatro mulheres em tratamento contra o câncer de mama no Ambulatório de Especialidades do HU (AEHU).

Durante a cerimônia de lançamento, realizada no Anfiteatro do HU, as caminhantes — protagonistas do projeto: Cristina, Ana Maria, Brenda e Rosalva — foram homenageadas e receberam o carinho do público.

Ana Sversutti; Amanda Mangabeira; Rosalva; Ana Maria; Melina Caldani; Cristina; Brenda; Neli Carla Martins; Beatriz Verenhitach e Camila Kanzaki

O projeto acompanha as participantes desde março deste ano, registrando de forma voluntária seu cotidiano, suas dores e incertezas, momentos difíceis do tratamento, mas também descontrações, perseverança e conquistas. A proposta busca humanizar o olhar sobre a doença, dar visibilidade às vivências e contribuir para a conscientização.

A iniciativa é uma idealização da equipe de Mastologia do Ambulatório de Especialidades do HU (AEHU), Beatriz Verenhitach, Camila Kanzaki, Raquel Moura do Carmo e Amanda Mangabeira, em parceria com a fotógrafa Melina Caldani. Conta com o apoio da Universidade e da direção do HU, que disponibilizou a equipe da Assessoria de Comunicação para a operacionalização das ações. A identidade visual foi desenvolvida por Vinícius Matunaga Villa, da Assessoria de Comunicação do HU.

Ogle Bacchi , Iara Secco, Marta Favaro, Andrea Name Simão, Beatriz Verenhitach e Cloara Pinheiro

A abertura contou com a apresentação musical de Ana Maria, que surpreendeu o público com seu talento, além da exibição de um vídeo teaser e homenagens a apoiadores. Participaram da solenidade a reitora da UEL, Marta Favaro; a superintendente do HU, Iara Secco; a diretora do CCS, Andrea Name Simão; a deputada estadual Cloara Pinheiro; a representante da 17ª Regional de Saúde, Ogle Bacchi; a mastologista Beatriz Verenhitach, da Comissão Organizadora do projeto; entre outras autoridades acadêmicas, políticas e representantes de parceiros.

“O Caminho Rosa nasceu da vontade de falar das causas femininas, trazer visibilidade e tornar público o universo do feminino em suas incontáveis expressões, diferentes vivências e situações. Também nasceu do desejo de produzir ações de saúde efetivas, que se transformem em frutos palpáveis para a população”, disse a mastologista Beatriz Verenhitach, que deu as boas-vindas e apresentou o projeto.

Em sua fala, Ogle Bacchi ressaltou que a campanha Outubro Rosa tem como objetivo naturalizar o debate e a atenção ao câncer de mama, tirando a doença do anonimato. Já a deputada Cloara Pinheiro animou a cerimônia com música em homenagem às participantes e reforçou a importância da detecção precoce do câncer de mama.

Iara Secco destacou a importância da iniciativa junto à missão do HU e seu compromisso com a vida e a saúde das mulheres. Em seguida, Andrea Name Simão falou sobre o papel simbólico que o Outubro Rosa representa para muitas famílias, apontou as dimensões comunitárias da experiência de adoecimento e reabilitação e reafirmou a relevância da aliança entre Hospital e Universidade na assistência aos pacientes e seus familiares.

A reitora da UEL, Marta Favaro, também agradeceu à equipe, homenageou as caminhantes e destacou a importância da colaboração na promoção da esperança e da mudança, capazes de oferecer novas perspectivas às pessoas.

As exposições fotográficas estarão abertas ao público de 1º a 31 de outubro em diferentes pontos de Londrina: Sala Multimeios do Centro de Educação, Comunicação e Artes (CECA-UEL); Núcleo de Documentação e Pesquisa Histórica (NDPH); Biblioteca Central; Capela Ecumênica da UEL; Londrina Norte Shopping. No Hospital Universitário e no Ambulatório de Especialidades do HU a exposição será restrita à comunidade interna.

A versão virtual estará disponível na plataforma Behance, sob curadoria do Núcleo de Documentação e Pesquisa Histórica (NDPH), da UEL.

O Caminho Rosa também contempla atividades educativas e formativas, como rodas de conversa com pacientes em remissão, capacitações para profissionais de saúde e ações culturais abertas à comunidade. Para acompanhar e conhecer mais o projeto, siga o perfil @caminho.rosa no instagram.

Ao integrar a campanha SER UEL, que celebra os 55 anos da Universidade, o Caminho Rosa reafirma a importância do Outubro Rosa — movimento mundial de conscientização iniciado na década de 1990 e que, no Brasil, passou a ganhar força a partir de 2002.

As caminhantes

Cristina

Cristina Aparecida dos Santos tem 51 anos e ficou sem chão quando descobriu o câncer em março deste ano. Teve muito medo quando foi encaminhada para primeira sessão de quimioterapia, temor que foi superado rapidamente.

Cristina enfrentou o tratamento com confiança. Apesar dos efeitos colaterais, como dores no corpo e queda de cabelo. Ela decidiu mostrar para as pessoas que um diagnóstico não é uma sentença: “Mesmo sendo câncer, a sua vida continua. Eu escolhi não viver a doença, eu vou me curar e tenho certeza disso”, disse Cristina que também faz questão de elogiar a equipe do HU, “são muitos bons, todos maravilhosos”.  

Ana Maria

“Foi um momento muito difícil, visto que não temos nenhum caso de câncer na família, então era tudo muito novo e desafiador”, confessa Ana Maria Rosa Ferreira que descobriu o câncer ao acaso, quando uma de suas filhas notou uma diferença nas suas mamas. Ela tem 45 anos, muito envolvida com sua igreja, é cantora e regente de coral. Enfrentou o tratamento com muita fé e apoio de sua família.

Quando convidada pela mastologista Beatriz Verenhitach, Ana Maria aceitou na hora: “Estávamos em fevereiro, se até outubro Deus não me permitir estar aqui, a minha história vai ser contada, mas, se estiver, eu mesmo vou contar e isto vai ajudar muitas outras pessoas”.

Para Ana Maria, o projeto Caminho Rosa trouxe leveza e felicidade: “O Caminho Rosa me fez acreditar que mesmo dias tão difíceis possam ser contados de uma maneira leve, ajudar outras pessoas a entender que tudo vai passar, e podemos ser felizes em meio a esse processo.” 

Brenda

“Foi difícil, vivia cada dia, sem saber como seria o outro dia. Tive dias difíceis, que não estava bem, passava mal. Mas, Deus sempre esteve comigo e eu nunca perdi a fé que ia vencer”. Brenda Carolina Gonçalves, com 30 anos, descobriu o câncer no final do ano passado.

O diagnóstico interrompeu seus planos de casamento, se sentia impotente e viu seus sonhos ficarem distantes, mas, encontrou força e apoio na família, “meu noivo foi um super parceiro, não soltou minha mão em nenhum momento, minha família sempre esteve comigo e graças a Deus continuei trabalhando”, disse.

Apesar das dificuldades, Brenda perseverou e encontrou um propósito no projeto, ajudar a conscientizar pessoas mais jovens, que acreditam que o câncer apenas se manifesta após os 40 anos. “Não é um caminho fácil, mas ele tem um final, e por mais que, durante o processo, possa parecer que o fim está longe, vencemos, e a vida volta a ter cor e ser linda”, conta Brenda.

Rosalva

Rosalva Aparecida Merici, tem 65 anos é professora aposentada e vive em Lupionópolis. Ficou em choque com a confirmação do diagnóstico, mas foi tranquilizada quando a equipe do Ambulatório de Mastologia lhe informou que tinha tratamento e cura.

Iniciou a quimioterapia em abril, se estendeu até meados de setembro. “Tive muitas reações desagradáveis, mas venci elas”, afirma Rosalva. Para ela, participar do projeto foi muito gratificante e encorajador, conhecer a história de outras mulheres também em tratamento. “Ainda não recebi o diagnóstico de remissão.  Mas, já me sinto curada”, conta com otimismo e bom humor.

Quatro mulheres, com histórias e sonhos diferentes, percorrendo o mesmo caminho. Acompanhando estas histórias a fotógrafa Melina Caldani, com sua escuta e olhar sensível, ajudou a contar estas histórias e concretizou mais uma etapa de trabalhos com temas femininos, que realiza há uma década.

Esta experiencia pra ela também é um aprendizado, em cada detalhe, testemunhando os aspectos ocultos da batalha contra o câncer e registrando para o mundo. Melina também sai transformada e agradece a oportunidade de participar do projeto: “Ampliou meu olhar para os sonhos e para a vida que continua a pulsar porque a esperança é o motor que faz com que cada uma persista. Saio maior do que entrei, graças à partilha dessas histórias, e muito grata às idealizadoras do projeto por me convidarem a fazer parte desta campanha única.”

Câncer de Mama no Brasil

O câncer de mama é a segunda principal causa de morte por câncer em mulheres. Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), 73.610 novos casos da doença serão diagnosticados em cada ano do triênio 2023-2025. 

Em média, o diagnóstico é de 62 anos. No entanto, segundo dados do Painel Oncologia Brasil, mais de 108 mil mulheres com menos de 50 anos foram diagnosticadas com câncer de mama no Brasil entre 2018 e 2023. O rastreamento precoce pode reduzir em até 30% a mortalidade, o que reforça a importância da conscientização, promoção do autoexame e a realização periódica da mamografia em mulheres em idade de indicação.

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