ABERTURA DA EXPOSIÇÃO DIVERSIDADE NEGRA EM IMAGENS: FACES DA HISTORIA

CLCH


atualizado 8 meses atrás


O NEAB, O NDPH E O MUSEU HISTÓRICO convidam para a abertura da exposição DIVERSIDADE NEGRA EM IMAGENS: FACES DA HISTÓRIA

Data: 12 de novembro
Local: Sala de Exposições do CLCH
Horário: 19:00

Esta exposição integra a programação do Novembro Negro na UEL , 2024. O mês é dedicado à promoção de ações e reflexões sobre a Educação das Relações Étnico-raciais e as comemorações dos 20 anos das Políticas de Ações Afirmativas, pelas Vozes dos Egressos cotistas da UEL.  As imagens aqui presentes têm o objetivo de incomodar e provocar o público. Tradicionalmente se ensinava nas escolas até há bem pouco tempo que, assinada a  Lei n.º 3 353 de 13 de maio de 1888 (Lei Áurea), , estava extinta a escravidão no Brasil.

O texto da lei é simples e curto:

“Art. 1°: É declarada extinta desde a data desta lei a escravidão no Brasil.

Art. 2°: Revogam-se as disposições em contrário.

Nada diz a lei sobre os escravizados ao longo de quase quatrocentos anos. Nada diz sobre a integração da população afrodescendente à sociedade brasileira. Uma população que fora excluída da cidadania, do direito de frequentar a escola, proibida de ter terras e posta à margem do sistema eleitoral juntamente com a massa de trabalhadores pobres deste país.

O texto curto revela a intenção de extinguir não apenas o sistema escravista marcado pela tortura e pela exclusão, mas também a memória de todas as revoltas e rebeliões dos escravizados ao longo dos anos, de apagar o abolicionismo negro deslocando tudo para um passado que se desejava imemorial, como se o pós 13 de maio o Brasil fosse outro país. Essa intenção se consagrou nas publicações, na mídia branca e nos livros didáticos produzidos para a escola pública. Reproduzindo os estereótipos da sociedade escravista, os afrodescendentes foram representados como inferiores, como atrasados e como signos da ignorância e da violência. As imagens veiculadas foram predominantemente aquelas que enfatizavam essa visão: o trabalho bruto, os castigos corporais, com a intenção de naturalizar e, portanto, de transmitir a ideia de que tudo se passou como deveria ser. Optamos aqui por enfocar estas imagens tradicionais sob o signo da tortura e da exclusão daqueles que foram os construtores do Brasil. Procuramos enfatizar ainda, que todas as conquistas das populações afrodescendentes foram obra de sua própria ação, de sua luta, que está em curso em nossa sociedade, ao lado daqueles que – mesmo não negros – a eles se juntam neste processo. Mas é importante que fique claro: o protagonismo é negro!

Esperamos que o público perceba o quão fundamental são as políticas afirmativas no presente e mais, que recuse o esquecimento, o negacionismo, que se junte a nós no combate ao preconceito racial e à luta por uma sociedade mais justa e igualitária.

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