Experiência da UEL (Programa de Autoavaliação Institucional)

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São importantes as experiências de avaliação desenvolvidas na UEL a partir de 1993, com a Comissão de Avaliação Docente (CAD). Havia naqueles anos uma considerável resistência à avaliação por conta de um sentido de controle que se atribuía à avaliação. A resistência, em sintonia com o que ocorria em outras instituições do país, era motivada pela defesa da universidade, então muito criticada pelos governos do período, com grande apoio na imprensa, o que dava ampla publicidade à pecha de ineficiente, perdulária, etc. De modo que tal prática de avaliação não teve consequências outras que não a rejeição. Ademais, os relatórios resultaram dessas avaliações não voltaram para discussões no interior da comunidade acadêmica.Ainda em 1993, a CAD propôs, em sua substituição, a criação da Comissão de Avaliação Institucional (CAI), com o que advogava a ampliação do escopo da avaliação, até então focada exclusivamente nas práticas docentes. A CAI foi criada, inicialmente, com representantes das cinco grandes áreas de conhecimento definidas pelo CNPq, sendo elas: Humanas, Exatas, Biológicas, Saúde e Terra. Em 1994, a composição da CAI é alterada passando a contar com um representante de cada um dos nove Centro de Estudos, sendo eles: Letras e Ciências Humanas (CLCH), Ciências Sociais Aplicadas (CESA), Comunicação e Artes (CECA), Educação Física e Esportes (CEFE), Exatas (CCE), Agrárias (CCA), Tecnologia e Urbanismo (CTU), Biológicas (CCB) e Saúde (CCS).

No mesmo ano de 1994 a UEL se engajou na proposta do PAIUB e teve sua proposta de avaliação institucional financiada pelo MEC/Sesu. Foi um momento promissor porque a filosofia do PAIUB foi muito bem acolhida na instituição. Da resistência inicial, a avaliação passou a ser vista como um processo de autoconhecimento para a melhoria da qualidade das atividades de ensino, pesquisa e extensão. Algumas práticas de avaliação foram desenvolvidas: do ensino de graduação e de pós-graduação, dos departamentos, dos docentes e dos técnicos-administrativos. Também, desenvolveram-se práticas de avaliação externa, com egressos, através das empresas empregadoras dos ex-alunos, bem como a avaliação dos departamentos e da produção acadêmica por pares de outras instituições do ensino superior. Infelizmente, este processo começou a ser esvaziado a partir de 1996, mediante a instituição do Exame Nacional de Cursos (Provão) e da Avaliação das Condições de Ensino.

Em 1999, foi criada a Comissão Permanente de Avaliação Institucional (COPAI), em substituição à CAI. A nova Comissão passava a ser composta com a representação do Conselho de Administração e do Conselho de Pesquisa e Extensão, de modo a que se pudesse lograr um maior apoio institucional, inclusive com a alocação de recursos para as atividades de avaliação. Naquele momento, a universidade aderiu à Proposta de Avaliação do CRUB (Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras), retomando o sentido da avaliação que se originou com o PAIUB. Por aquela proposta do CRUB, privilegiava-se três focos de avaliação: qualidade acadêmica, eficiência e eficácia administrativas e a relevância pública e social. Um relatório de autoavaliação foi encaminhado com a devida resposta de avaliação externa do CRUB, mas, novamente, agora por problemas internos à universidade, que resultaram, inclusive, no afastamento do Reitor, o processo de avaliação institucional foi novamente esvaziado e a COPAI não revê sua representação renovada.

A partir de 2002, orientada pelas discussões de uma nova política de avaliação para a educação superior que já se desenhava, e que posteriormente foi desencadeada pelo novo governo federal, para a substituição do Exame Nacional de Cursos e de Avaliação das Condições de Ensino, a universidade, então, já tendo superada a crise interna, retoma a questão da avaliação. A opção adotada foi a reativação da Diretoria de Avaliação e Acompanhamento Institucional (DAAI), vinculada à Pró-Reitoria dePlanejamento (PROPLAN), como núcleo responsável para o desenvolvimento da avaliação institucional. A reativação da DAAI como instância responsável para a avaliação da instituição teve duas razões básicas e complementares: a primeira é que estando a DAAI vinculada à Pró-Reitoria de Planejamento, tornava-se mais dinâmica a associação do processo de avaliação ao processo de planejamento estratégico da instituição e, a segunda, a de que passava-se, também, a pensar a avaliação como uma prática constitutiva das atividades de gestão administrativa. Ademais, vinculada à PROPLAN, a necessária articulação com as demais unidades da instituição tornava-se igualmente mais eficiente.Até o início de 2004, em meio ao compasso de espera da definição da política de avaliação do ensino superior, que finalmente resultou no SINAES, a DAAI buscou adequar-se tecnicamente para cumprir tecnicamente para cumprir sua função de avaliação institucional. Projetos como o Perfil do Aluno Ingressante”, “Acompanhamento do Egresso”, “Projeto de Evasão”, “Perfil da Vida Acadêmica do Estudante” foram iniciativas que estão em pleno desenvolvimento, com respectivos relatórios periódicos de modo a somarem informações para o processo de avaliação institucional e tomada de decisões. De outra parte, o “Planejamento Estratégico Institucional”, instituído em 2003, visando otimizar os recursos existentes para o desenvolvimento das atividades da universidade, bem como corrigir deficiências que se acumularam ao longo dos anos, maiormente com respeito aos recursos de infraestrutura física e acadêmica foi, também, iniciativa de grande pertinência e impacto na comunidade quanto à percepção da necessidade da avaliação com subsídio e orientação ao planejamento das atividades.

O Programa de Avaliação para a UEL resulta em conformidade com a legislação vigente e em consonância com a Comunidade Universitária e a experiência acumulada nos últimos anos. Por meio deste Programa, a UEL busca marcar a consciência daavaliação num momento histórico da universidade brasileira, em que mudanças são necessárias para revigorar a universidadecomo instituição estratégica fundamental ao desenvolvimento do país.