Laboratório de Estudos de Feminicídios publica relatório do Monitor de Feminicídios no Brasil referente ao período de janeiro a junho de 2023

LESFEM


atualizado 2 anos atrás


Elaborado pela coordenadora do LESFEM, Profa. Dra. Silvana Mariano, o relatório 862 feminicídios consumados e tentados no Brasil durante o 1º semestre; pelo menos 599 foram consumados informa que a média diária foi de 3,32 feminicídios consumados no Brasil de janeiro a junho de 2023.

Características dos feminicídios

Entre os casos com idade conhecida, a vítima mais jovem foi de 27 dias de idade. A vítima mais idosa foi de 83 anos. O intervalo de idade de maior representação foi entre 25 e 36 anos de idade.

Em 196 casos, as notícias deram informações sobre filhos ou filhas das vítimas. Essas 196 mulheres tinham 316 filhos. Observando-se apenas os feminicídios consumados, foram 154 mulheres, com 276 filhos, cuja média é de 1,8 filho por vítima fatal de feminicídio. Em pouco mais de 77% das notícias não há informações sobre existência ou não de filha(s) ou filho(s) da vítima.

Dos 862 feminicídios consumados e tentados, em 72% o vínculo entre vítima e agressor era de casal ou ex-casal. Em aproximadamente 18% esta informação não estava esclarecida por ocasião da notícia. Os demais caso se distribuem entre vínculos de familiar direto, familiar indireto, conhecidos ou não se conheciam.

Em 15% dos casos (133 vítimas), havia conhecimento de denúncias prévias contra o agressor.

Entre os 862 feminicídios consumados e tentados, alguns crimes foram praticados com o uso de mais de um meio, arma ou instrumento. Arma branca foi o instrumento mais utilizado, em aproximadamente 40% dos casos.

Em 43 casos (5%, aproximadamente), foi noticiada a ocorrência de violência sexual.

Dos 862 casos, 486 (56,4%) feminicídios consumados ou tentados ocorreram em residência, sendo a maioria em residência da vítima, seguido de ocorrências em residência comum da vítima com o agressor.

Em aproximadamente 75% dos casos, o feminicídio foi íntimo e em aproximadamente 15% dos registros o tipo de feminicídio era incerto ou desconhecido.

Em 142 casos (16,5%), foi noticiada a presença de filha ou filho no local do crime.

Acesse o relatório completo aqui.

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