Coordenadora do LESFEM, Professora Dra. Silvana Mariano, concedeu entrevista à TV Tarobá de Londrina sobre estudos de casos de feminicídios no estado do Paraná e seu enfrentamento.
Lesfem
atualizado 2 anos atrás
No sábado, 16 de dezembro, a professora do departamento de Ciências Sociais e do programa de pós-graduação em Sociologia da Universidade Estadual de Londrina, Silvana Aparecida Mariano, participou do programa ‘’ Jogo Aberto’’ da emissora TV Tarobá de Londrina, no qual apresentou o trabalho executado no Laboratório de Estudos de Feminicídios da UEL e diversos fatores a respeito do feminicídio no Brasil. Quando questionada sobre o que diferencia o feminicídio de um homicídio comum, Silvana coloca que:
‘’O feminicídio é a morte, tentada ou consumada, de uma mulher quando motivada pela condição de gênero, isto é, pela condição feminina da mulher. […] Na sociedade brasileira, as mulheres são mortas em circunstâncias muito peculiares e específicas, diferente da violência urbana comum.’’
Em sequência, destaca as diversas particularidades que estruturam o fenômeno do feminicídio na sociedade brasileira. Além de apresentar as diretrizes e considerações a respeito da materialidade de provas e abertura de medidas protetivas, informando que o feminicídio não é uma violência isolada, é antecedida por uma sequência de violências.
A fiscalização e aperfeiçoamento no funcionamento das instituições que acolhem os pedidos de medidas protetivas são pontuadas para que exista aumento no número de mulheres que abram pedidos destas medidas, uma vez que os estudos indicam que apenas 12% das mulheres que foram mortas tinham essa proteção, enquanto outros demonstram maiores índices de violência contra a mulher nos finais de semana, enquanto muitas delegacias já encerraram o expediente. Fatores esses que contribuem com uma situação de desproteção e maior vulnerabilidade da mulher, assim, Silvana contribui com exemplificações de melhorias no âmbito de assistência ao grupo em questão.
A professora finaliza afirmando a fundamental importância da mudança de mentalidades e padrões de masculinidade em nossa sociedade, já que os atuais comportamentos que reforçam a virilidade alimenta, produz e reproduz o feminicídio, também da contribuição dos homens para com o enfrentamento a violência de gênero contra a mulher.